Crédito Habitação: 4 Dicas Essenciais para Comparar Propostas O Banco de Portugal destaca a importância de comparar propostas de crédito habitação antes de fechar contrato, pois este é um dos compromissos financeiros mais duradouros para as famílias. Recomenda analisar mais do que apenas o spread, dando atenção à TAEG e ao MTIC, que refletem o custo total do empréstimo. Alerta... 25 jun 2025 min de leitura Para a maioria das famílias em Portugal, a compra de uma casa implica recorrer a um crédito habitação, um compromisso financeiro que pode durar décadas. Por isso mesmo, o Banco de Portugal sublinha a importância de comparar várias propostas antes de tomar uma decisão. Para ajudar nesse processo, deixa quatro recomendações fundamentais que podem fazer toda a diferença no custo final do crédito. A primeira recomendação é simples, mas essencial: ler com atenção toda a documentação entregue pelo banco, dando especial importância à Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE). Este documento contém todos os dados relevantes sobre cada proposta de crédito e é a base para uma comparação transparente entre diferentes ofertas. Um dos erros mais comuns ao comparar propostas é focar apenas no spread. Embora seja um fator importante, um spread mais baixo não garante um crédito mais barato. É necessário ter em conta outros indicadores, como a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) e o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor). Estes valores refletem todos os custos do crédito, incluindo juros, comissões, seguros, impostos e outros encargos associados. Assim, entre duas propostas com o mesmo montante e prazo, será a que tiver TAEG e MTIC mais baixos que resultará, à partida, num custo total inferior para o cliente. Outra questão que merece atenção são os spreads mais baixos oferecidos por alguns bancos em troca da subscrição de produtos adicionais, como cartões de crédito, seguros ou contas bancárias específicas. Estas chamadas “vendas associadas facultativas” podem implicar custos adicionais que nem sempre são evidentes à primeira vista. O Banco de Portugal alerta que os bancos são obrigados a apresentar simulações que mostram o impacto destes produtos no valor da prestação. Além disso, caso o cliente opte por cancelar algum desses produtos mais tarde, o banco poderá rever o spread – mas apenas durante o primeiro ano do contrato. Após esse período, o spread não pode ser aumentado por esse motivo. É também importante lembrar que nenhum banco pode exigir que o crédito habitação esteja associado a uma conta de depósito à ordem na própria instituição. O prazo do empréstimo é outro fator determinante no custo global do crédito. Embora prazos mais longos resultem em prestações mensais mais baixas, acabam por tornar o crédito mais caro a longo prazo, devido aos juros acumulados ao longo do tempo. Assim, é aconselhável pedir aos bancos simulações com diferentes prazos para perceber como cada opção afeta o valor mensal da prestação e o custo total do crédito. Por fim, é essencial refletir sobre o tipo de taxa de juro a contratar: fixa, variável ou mista. No caso da taxa variável, o valor da prestação pode subir ou descer ao longo do tempo, uma vez que está indexado à Euribor, acrescida do spread. Já a taxa fixa mantém a prestação estável durante todo o contrato, garantindo previsibilidade, embora geralmente implique uma taxa inicial mais elevada. A opção mista combina as duas modalidades: começa com uma taxa fixa durante um período inicial e passa depois para variável. Esta é, atualmente, uma das escolhas mais populares em Portugal, pois oferece uma maior estabilidade no arranque do contrato e, muitas vezes, condições mais vantajosas do que as taxas totalmente fixas ou variáveis. Comparar propostas de crédito habitação é um processo que exige atenção, paciência e análise cuidada. Mas é também um passo essencial para garantir uma escolha financeira mais segura e equilibrada ao longo do tempo. Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado