BCE Reduz Taxas de Juro, como combate à Crise Habitacional em Portugal O Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juro, o que pode beneficiar as prestações de empréstimos habitacionais em Portugal, onde a crise de habitação se agrava devido à escassez de oferta e ao aumento dos preços. Pedro Torgo, do BNP Paribas Real Estate, destaca o potencial do setor imobiliário, mas alerta que a... 23 out 2024 3 min de leitura O Banco Central Europeu (BCE) deu início a um ciclo de redução das taxas de juro, um movimento que deverá refletir-se nas taxas Euribor e, por consequência, nas prestações dos empréstimos habitacionais. Enquanto isso, Portugal enfrenta uma crise de habitação, caracterizada pela escassez de oferta e pelo aumento dos preços. A instabilidade nas políticas legislativas é vista como um fator que prejudica a atratividade do país para investidores. No entanto, segundo Pedro Torgo, responsável pelo BNP Paribas Real Estate em Portugal, o país possui um "potencial único para o crescimento do setor imobiliário". Em entrevista, Torgo destacou a urgência de implementar medidas que garantam um mercado equilibrado, enfatizando que "a janela de oportunidade está aberta". Ele observou que Portugal tem atraído diversos tipos de investidores, desde aqueles focados em ativos sólidos até os que buscam oportunidades mais arriscadas. Contudo, a incerteza legislativa e os longos prazos de aprovação de projetos são preocupações que afastam investidores, especialmente os mais conservadores. Para lidar com a crise habitacional, Torgo afirmou que "não existem soluções mágicas", ressaltando que o setor imobiliário segue ciclos de uma década ou mais. Contudo, existem caminhos possíveis, desde que haja um comprometimento político em conjunto. O gestor sugere que, para aliviar a crise, é essencial "reduzir os custos de construção", seja através da diminuição de impostos ou pelo aumento da oferta de mão de obra qualificada. Embora essas medidas não aumentem as margens dos promotores, podem resultar numa maior disponibilidade de imóveis no mercado. A redução das taxas de juro é vista como um fator que pode revitalizar a confiança dos investidores e melhorar a situação financeira dos consumidores. Embora o setor residencial deva ser o mais beneficiado, Torgo alerta que o desequilíbrio atual entre oferta e procura pode fazer com que os preços dos imóveis aumentem. Em relação ao perfil dos investidores, Torgo afirma que todos os tipos, incluindo aqueles focados em ativos residenciais e logísticos, continuam a olhar para Portugal como um destino de investimento viável, especialmente no contexto da crescente procura por espaços de armazenamento e e-commerce. No entanto, os receios sobre a incerteza legislativa persistem, e Torgo reconhece que essa instabilidade pode afetar negativamente a atratividade do mercado imobiliário. A expectativa para o final do ano é que as decisões orçamentais e fiscais desempenhem um papel crucial na evolução do setor. A falta de incentivos e um sistema de aprovação mais ágil são desafios que precisam ser enfrentados para garantir um futuro mais equilibrado e sustentável para o mercado habitacional em Portugal. Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado