BCE poderá acelerar corte das taxas de juro em dezembro, afetando a habitação na Europa O Banco Central Europeu (BCE) poderá acelerar o corte das taxas de juro em dezembro devido à economia frágil da zona euro e à estabilização da inflação. Isso deverá aliviar as prestações bancárias, beneficiando especialmente as famílias europeias. Alguns analistas preveem um corte de 50 pontos base, enquanto outros... 28 nov 2024 3 min de leitura A economia europeia continua a enfrentar desafios, com sinais de desaceleração e crescimento modesto, e as pressões externas, como a recente vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, também a impactar a zona euro. Este cenário tem levado analistas a prever que o Banco Central Europeu (BCE) poderá tomar medidas mais agressivas, acelerando a redução das suas taxas de juro. A reunião do BCE marcada para o dia 12 de dezembro será crucial para definir os próximos passos. Após sucessivos cortes desde junho, que resultaram numa redução das taxas para abaixo dos 3,7%, o banco central poderá avançar com um novo corte, potencialmente mais significativo. A expectativa é que o BCE baixe as taxas em até 50 pontos base, o que colocaria a taxa dos depósitos em 2,75% no final de 2024. A economia da zona euro continua frágil, com um crescimento do PIB de apenas 0,3% no terceiro trimestre de 2024 e sinais de recessão no setor industrial, especialmente na Alemanha. A vitória de Trump, que provocou uma queda do euro em relação ao dólar, também tem impactado os mercados financeiros europeus. Além disso, as incertezas geopolíticas, como as políticas protecionistas do novo presidente dos EUA, contribuem para um cenário de maior instabilidade, pressionando o BCE a agir de forma mais rápida. No entanto, há analistas que acreditam que o BCE poderá optar por um corte mais cauteloso de 25 pontos base, dado que a recuperação da inflação e o aumento dos salários na zona euro, que registaram o maior aumento em três décadas, sugerem que o banco central pode ser mais conservador nas suas decisões. O impacto desta política monetária será sentido em várias áreas da economia, sendo a habitação uma das mais diretamente afetadas. Uma redução das taxas de juro ajudaria a aliviar o custo das prestações bancárias, tanto em Portugal como no resto da Europa, particularmente num contexto onde muitas famílias enfrentam desafios financeiros devido aos custos elevados do crédito. Enquanto isso, nos Estados Unidos, a Reserva Federal também está a considerar uma diminuição das taxas de juro, embora de forma mais gradual. Caso o BCE continue a diminuir as suas taxas mais rapidamente do que a Fed, isso poderá fortalecer ainda mais a atratividade do euro em relação ao dólar, mas também abrir um leque de oportunidades para os mercados imobiliários na Europa. O futuro próximo será determinante para os mercados financeiros e, em particular, para o setor imobiliário, com a expectativa de que os juros mais baixos possam oferecer alívio às famílias e investidores. Porém, o BCE continuará a monitorizar os riscos inflacionários e os efeitos de políticas externas, mantendo um equilíbrio entre estímulos à economia e controlo da inflação. Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado